Vilaça é Brasileiro, possui graduação em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutorado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente é Pesquisador Associado da Fundação Oswaldo Cruz. Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS). Coordenador do Grupo de Investigações Filosóficas sobre Transumanismo eBiomelhoramento Humano (GIFT-H+).
Dias é Brasileira, possui graduação em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado em Filosofia pela Freie Universitat Berlin. Realizou pós-doutorado na Universidade de Connecticut, na Universidade de Oxford, na Universidade de Tulane e na Universidade Rey Juan Carlos. Atualmente é Professora Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Docente Permanente do Programa de Pós-graduação em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (PPGBIOS).
A ideia genérica de que o humano deve melhorar parece incontroversa. No entanto, é grande a polêmica em torno do significado de melhorar e dos meios que devem ser utilizados. As possibilidades de melhorar humanos por meio do emprego da biotecnociência constituem um tema central do debate bioético atual. Human Enhancement é o conceito utilizado para traduzir a ideia de que uma biotransformação geraria um biomelhoramento. Neste artigo, apresentamos uma proposta de enquadramento fático-elementar do conceito genérico de melhoramento humano, a fim de ressaltar as diferenças entre a atribuição terminológica positiva (biomelhoramento) e a atribuição terminológica descritiva (biotransformação). Após, contestamos a polarização radical (pró versus contra) que enviesa prejudicialmente aquele debate, defendendo que o que está em questão é uma tomada de decisão baseada em juízos de valor não universais.
Riferimenti bibliografici
Agar, Nicholas (2014). Truly Human Enhancement: A Philosophical Defense of Limits. The MIT Press, Cambridge, MA.
Allhoff, Fritz; Moor, James; Lin, Patrick; Weckert, John. “Ethics of Human Enhance-ment: 25 Questions & Answers”. Studies in Ethics, Law, and Technology 4, n.o 1 (2010): 1-41. https://digitalcommons.calpoly.edu/cgi/viewcontent.cgi?referer=https://www.google.com/&httpsredir=1&article=1003&context=phil_fac
Andersen, Richard A., Cui He. “Intention, Action Planning, and Decision Making in Parietal-Frontal Circuits”. Neuron 63, n.o 5 (2009): 568-583. 10.1016/j.neuron.2009.08.028
Araujo, Marcelo. “Editing the Genome of Human Beings: CRISPR-Cas9 and the Ethics of Genetic Enhancement”. Journal of Evolution & Technology 27, n.o 2 (2017): 24-42. https://jetpress.org/v27.1/araujo.htm
Bailey, Ronald (2004). “Transhumanism: The Most Dangerous Idea? Why Striving to Be More than Human is Human”. https://reason.com/2004/08/25/transhumanism-the-most-dangero/
Bennett, Rebecca. “The fallacy of the Principle of Procreative Beneficence”. Bioethics 23, n.o 5 (2009): 265-273. 10.1111/j.1467-8519.2008.00655.x
Bostrom, Nick; Savulescu, Julian. “Human Enhancement Ethics: The State of the Debate”. En: Savulescu, Julian; Bostrom, Nick (editores), Human enhancement, Oxford University Press, 2009.
Buchanan, Allen (2011). Beyond Humanity? The Ethics of Biomedical Enhancement. Oxford University Press, Oxford.
Buchanan, Allen; Brock, Dan (1989). Deciding for Others: The Ethics of Surrogate Decision Making. Cambridge University Press, New York.
Buchanan, Allen; Brock, Dan. W.; Daniels, Norman; Wilker, Daniel (2001). From Chance to Choice. Genetics and Justice. Cambridge University Press. Cambridge.
Cardoso, Telma A. Oliveira; Silva, Francelina Helena A. Lima; Albuquerque, Marli B. M. “Paradigma biotecnocientífico – limites e possibilidades: os impactos sociais e as fronteiras éticas”. Perspectivas em Ciências da Informação 4, n.o 2 (1999): 217-229. http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/569
Dias, Maria Clara (editora) (2017). Bioética: fundamentos teóricos e aplicações. Appris, Curitiba.
Dias, Maria Clara; Vilaça, Murilo Mariano. “Metamorfoses do humano. Notas sobre o debate ético em torno da biotecnologia para o aperfeiçoamento humano”. Ethic@ 9, n.o 1 (2010): 29-42. https://doi.org/10.5007/1677-2954.2010v9n1p29
Elliott, Carl (2003). Better than Well: American Medicine Meets the American Dream. Norton & Co, New York.
Elliott, Carl (2010). White Coat, Black Hat: Adventures on the Dark Side of Medicine. Beacon Press, Bostom, MA.
Francis, Richard C. (2015). Epigenética: como a ciência está revolucionando o que sabemos sobre hereditariedade. Zahar, Rio de Janeiro.
Fukuyama, Francis (2003). Nosso futuro pós-humano: consequências da revolução biotecnológica. Rocco, Rio de Janeiro.
Habermas, Jürgen (2010). Teoria do agir comunicativo. Tomo I. Racionalidad de la acción y racionalización social. Editoria Trotta, Madrid.
Haggard, Patrick. “Decision Time for Free Will”. Neuron 69, n.o 3 (2011): 404-406. 10.1016/j.neuron.2011.01.028
Ida, Ryuichi. “Should We Improvement Human Nature? An Interrogation Form an Asian Perspective”. En: Savulescu, Julian; Bostrom, Nick (editors), Human enhance-ment, Oxford University Press, 2009.
Junges, Junges Roque. “Falácia dilemática nas discussões da bioética”. Revista Bioética 27, n.o 2 (2019): 196-203. 10.1590/1983-80422019272301
Kable, Joseph W.; Glimcher, Paul W. “The Neurobiology of Decision: Consensus and Controversy”. Neuron 63, n.o 6 (2009): 733-745. 10.1016/j.neuron.2009.09.003
Kahn, Axel; Lecourt, Dominique (2004). Bioéthique et liberté. Entretien réalisé par Christian Godin. Quadrige/PUF, Paris.
Le Breton, David (2003). Adeus ao corpo: antropologia e sociedade. Papirus, Campinas, SP.
Murray, Thomas H. “Enhancement.” En: Steinbock, Bonnie, The Oxford Handbook of Bioethics, Oxford University Press, 2009.
Nicolelis, Miguel (2011). Muito além do nosso eu: a nova neurociência que une cérebros e maquinas – e como ela pode mudar nossas vidas. Companhia das Letras, São Paulo.
Pastor-Bernier, Alexandre; Cisek, Paul. “Making Choices Between Rules or Between Actions”. Neuron 70, n.o 3 (2012): 382-384. 10.1016/j.neuron.2011.04.017
Persson, Ingmar; Savulescu, Julian. “The Perils of Cognitive Enhancement and the Urgent Imperative to Enhance the Moral Character of Humanity”. Journal of Applied Philosophy 25, n.o 3 (2008): 162–177. https://doi.org/10.1111/j.1468-5930.2008.00410.x
Rabinow, Paul; Bennett, Gaymon (2012). Designing Human Practices: An Experi-ment with Synthetic Biology. University of Chicago Press, Chicago.
Sandel, Michael (2013). Contra a perfeição: ética na era da engenharia genética. Trad. Ana Carolina Mesquita. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.
Savulescu, Julian. “Procreative Beneficence: Why We Should Select the Best Children”. Bioethics 15, n.o 5-6 (2004): 413-426. 10.1111/1467-8519.00251
Savulescu, Julian; Meulen Ruud ter; Kahane, Guy (editores) (2011). Enhancing Human Capacities. Wiley-Blackwell, Oxford.
Sloterdijk, Peter (2000). Regras para o parque humano: uma resposta à carta de Heidegger sobre o humanismo. Estação Liberdade, São Paulo.
Stanford Encyclopedia of Philosophy (2019). “Human Enhancement”. https://plato.stanford.edu/entries/enhancement/
Vilaça, Murilo Mariano. “Melhoramentos humanos, no plural: pela qualificação de um importante debate filosófico”. Kriterion 55, n.o 129 (2014): 331-347. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-512X2014000100018
Vilaça, Murilo Mariano; Dias, Maria Clara. “Tratar, sim; melhorar, não? Análise crítica da fronteira terapia/melhoramento”. Revista Bioética 23, n.o 2 (2015): 267-276. http://dx.doi.org/10.1590/1983-80422015232065
Vilaça, Murilo Mariano; Palma, Alexandre. “Limites biológicos, biotecnociência e transumanismo: uma revolução em Saúde Pública?”. Interface 16, n.o 43 (2012): 1025-1038. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-32832012005000042
Vilaça, Murilo Mariano; Palma, Alexandre. “A nova genética para além da gestão de riscos e promoção da saúde: prolegômenos ao conceito de biodesign”. Physis 21, n.o 3 (2011): 813-832. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312011000300003
Young, Simon (2006). Designer Evolution: A Transhumanist Manifesto. Prometheus Books, New York.
