Brasileira, bicha, nordestina, branca, contra-CIS-identificada: doutoranda e Mestra em Letras, pela Universidade Estadual de Santa Cruz (PPGL/UESC). Bacharela em direito (UESC) e advogada (OAB/BA). Bolsista FAPESB. Integrante do grupo de pesquisa O Espaço Biográfico no Horizonte da Literatura Homoerótica (GPBIOH), do Núcleo de Estudos Queer e Decoloniais da UFRPE (NuQueer) e do Grupo de Pesquisa Estudos Literários Contemporâneos: Fontes da Literatura de Jornal da UEFS.
I analyze the deimopolitical functioning of cisgender-straight-bolsonarist masculinity as a norm of recognition characterized not only by the fear of penetrating the anus, but essentially marked by the fear of having an anus. I seek to analyze the production of fear of the existence of the anus as an intrinsic element in the fabrication of supposed social threats in cisgender-straight-bolsonarism. Through a topographic metaphorization that locates/means the excluded as the anus of the social, the “enemy” appears as a mark of the anal memory, reminding that the anus exists. If it exists, it can be penetrated. In this way, the (non)existence of the anus organizes the differential distribution of humanity in this regime, as the minimum condition of being a human being is that of being a man, that is, not having an anus. This condition is reaffirmed by other markers of absence: not having a vagina, not having black skin, not belonging to ethnic and religious minorities... Cisgender-straight-bolsonarism behaves like an anatomical engineering in which the anus works as a catalyst for a masculinist reaction. The dermal tube is then reformatted in this regime. With this, I try to show that the fear of the existence of the anus is a central element of subjective enunciation and fascist recognition in this community
References
Afonso-Rocha, Rick (2021). O perigo cor-de-rosa: ensaios sobre deimopolítica. Devires, Salvador (No prelo).
Butler, Judith (2018). Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Civilização Brasileira, Rio de Janeiro.
Cazarin, Ercília (2005). Identificação e representação política: uma análise do discurso de Lula. Editora Unijuí, Ijuí
Connell, Raewyn (2016). Gênero em termos reais. nVersos, São Paulo.
Costa, Pêdra (2017). Manifesto O Cu do Sul. En: CACERE, Imanaya; MESQUITA, Sunanda; utikal, Sophie (editor.), Anti*Colonial Fantasies: decolonial strategies, Zaglossus, Viena.
Deleuze, Gilles (2017). Michel Foucault: as formações históricas. N-1 edições; Politeia, São Paulo.
Ernst-Pereira, Aracy (2009). A falta, o excesso e o estranhamento na constitui-ção/interpretação do corpus discursivo. En: anais do iv sead - seminário de estudos em análise do discurso 1969-2009: Memória e história na/da Análise do Discurso, Porto Alegre. Disponível em: https://www.ufrgs.br/
analisedodiscurso/anaisdosead/4SEAD/SIMPOSIOS/AracyErnstPereira.pdf. Acesso em: 28 jul. 2021.
Fiorin, José Luiz (1988). O regime de 1964: discurso e ideologia. Atual Editora, São Paulo.
Foucault, Michel (2017). História da sexualidade 1: a vontade de saber. Paz e Terra, Rio de Janeiro.
Foucault, Michel (2019). A arqueologia do saber. Forense Universitária, Rio de Janeiro.
Freire, Ana Ester Pádua (2020). Perversão teológica: notas sobre a Teologia Indecente de Marcella Althaus-Reid. En: Revista Periódicus, v. 1, n. 14, p. 91-104.
González Blanco, María Azucena (2020). Política del afuera y acontecimiento: los inéditos de Michel Foucault sobre literatura. En: Revista de investigación e infor-mación filosófica, 76 (290 Extra), p. 729-742.
Hocquenghem, Guy (2020). O desejo homossexual, A bolha, Rio de Janeiro.
Moura, Iago (2019). Acuendações do corpo em Linn da Quebrada. Anais do IV Desfazendo Gênero. Realizado em Recife. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/64027. Acesso em: 27 abr. 2021.
Moura, Iago (2022). Efeitos anais: do corpo, na memória e na história. En: Montei-ro, Nai; Afonso-Rocha, Rick; moura, Iago (editores), Cutucando o cu do cânone: insubmissões teóricas e desobediências epistêmicas, Devires, Salvador (no prelo).
Palha, Amanda (2019). O movimento LGBT e o fim da família. En: Seminário internacional democracia em colapso, São Paulo. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=mIi2tFYbGmc. Acesso em: 20 jun. 2021.
Parrini, Rodrigo (2013). Falos interdictos: cuerpo, masculinidad y ley. En: Nóma-das, n. 38, p. 65-79.
Parrini, Rodrigo (2016). Falotopías: indagaciones en la crueldad y el deseo. Universidad Central-Iesco y Universidad Nacional Autónoma de México, Bogotá.
Parrini, Rodrigo (2019). Retóricas del amo. Políticas de la masculinidad y restau-raciones fálicas. En: Nomadías, n. 27, p. 183-205.
Preciado, Paul B (2011). Multidões queer: notas para uma política dos “anor-mais”. Revista Estudos Feministas, v. 19, p. 11-20.
Preciado, Paul B (2020). Terror anal: notas sobre os primeiros dias da revolução sexual. En: HOCQUENGHEM, Guy, O desejo homossexual, A bolha, Rio de Janeiro.
Rosário, Heloisa Monteiro (2008). O sujeito do discurso e a noção de porta-voz na mídia. En: Mittmann, Solange; Cazarin, Ercília Ana; GRIGOLETTO, Evandra (edito-res), Práticas discursivas e identitárias: sujeito e língua, Nova prova, Porto Alegre.
Simakawa, Viviane Vergueiro (2015). Por inflexões decoloniais de corpos e identi-dades de gênero inconformes: uma análise autoetnográfica da cisgeneridade como normatividade. Dissertação (Mestrado em Cultura e Sociedade) – Universi-dade Federal da Bahia, Salvador.
Urias (2020). Diaba. Direção João Monteiro. Youtube, 20 de agosto de 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_r83_ualtpM. Acesso em 20 jul. 2021.
Valencia, Sayak (2015). ¿Nuevas masculinidades? Sexismo hipster y machismo light. Topografías de las violencias, p. 107-123.
Valencia, Sayak (2019). Uma masculinidade necropolítica. Resista – observatório de resistências plurais, 6 de agosto de 2019. Disponível em:
https://resistaorp.blog/2019/08/06/uma-masculinidade-necropolitica/. Acesso em 27 abr. 2021.
Valencia, Sayak (2020). Capitalismo gore. Melusina, Santa Cruz de Tenerife.
Vidarte, Paco (2020). Ética bixa: proclamações libertárias para uma militância LGBTQ. N-1 edições, São Paulo