Brasileiro, doutor em Filosofia pela Universidade Santo Tomás, Roma, 1980. Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil. Obras das quais é autor Filosofia e Ciência (1990); Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega, (2012); Helenização e Recriação de Sentidos. A Filosofia na época da expansão do Cristianismo, séculos II, III e IV, (2015); Herança Grega dos Filósofos Medievais (2013); Questões Fundamentais da Filosofia Grega, (2006); Os Caminhos de Epicuro (2009); O Nascimento da Filosofia Grega e sua transição ao medievo, Caxias do Sul: Educs, 2010; Bacon, Galileu e Descartes: o renascimento da filosofia grega, (2013); Epicuro e as bases do epicurismo, (2013)
Este artigo se ocupa com o conceito da egkýklios paideía com o qual os gregos definiam o período ou ciclo (egkýklios) de escolaridade oferecida à criança (ao paidós) tendo em vista a capacitação do uso do intelecto e a qualificação profissional, cívica e humana. O artigo busca explicitar o conceito a partir da opinião dos filósofos ancestrais e também da concepção que se difundiu no período helenístico. Relativo aos filósofos ancestrais, o artigo analisa uma mesma referência atribuída a Górgias, Aristipo e Bíon, com a qual comparam a filosofia com Penélope, e, as demais disciplinas da egkýklios paideía, com as serviçais de Penélope; na difusão helenística, o estudo se ocupa com Fílon, Quintiliano e Clemente de Alexandria, em referência aos quais tem por objetivo mostrar como a filosofia, que, entre os gregos era considerada a senhora (a déspoina), veio, entretanto, a se transformar na serva (na doulís)