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Artículos

v. 12 (2021): Especial: Masculinidades: Campos críticos, procesos emancipatorios y reconfiguraciones de la hegemonía

O ressentimento bate à porta: masculinidades e violência em um hospital de trauma

DOI
https://doi.org/10.5281/zenodo.5544264
Enviado
março 1, 2021
Publicado
2021-10-07

Resumo

Nesta pesquisa etnográfica, analisamos a intersecção entre práticas de saúde e de segurança pública dirigida aos homens vítimas de conflitos violentos em dois hospitais de trauma no município de Porto Alegre/Brasil. Parte do campo consistiu em acompanhar as narrativas e as interações entre masculinidades criminalizadas (homens negros e pobres) e profissionais da segurança pública (policiais civis, policiais militares e agentes penitenciários). Os operadores conceituais centrais são inspirados nos estudos sobre o dispositivo de segurança (Michel Foucault), Economia moral (Didier Fassin) e no campo das masculinidades e violência. Para homens marcados como sendo do crime, o sofrimento produzido pelo trauma vivido não é apenas invisibilizado; ele é tomado como sinal de periculosidade. Essa dinâmica rege as relações entre masculinidades envolvidas em conflitos violentos e produz o ressentimento como afeto central

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