Vieira da Silva é graduada em Filosofia, mestre em Filosofia e doutora em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas. É professora associada no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Ouro Preto. É vice-diretora do Instituto de Filosofia, Artes e Cultura da UFOP.
Conti Decarli possui graduação e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente, é doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UFF com bolsa da CAPES.
Preciado caracteriza o regime da diferença sexual como um conjunto de tecnologias sociais que esconde sob o nome de Natureza aquilo que se configura como efeito da ordem política e econômica denominada “patriarcado hetero-colonial”. Deleuze e Guattari, em O Anti-Édipo, constroem uma concepção de sexualidade inseparável das determinações do campo social. Porém, veremos como é pelo conceito de sexualidade maquínica que os autores se furtam a reduzir a sexualidade a um simples efeito do campo social, pois também buscam uma dimensão criativa capaz de romper com essas determinações. A intenção deste artigo é, apesar da aparente divergência entre contrassexualidade e sexualidade maquínica, explorar afinidades conceituais entre ambas no que diz respeito à crítica à diferença sexual e ao esforço de experimentação de novas “plataformas sexuais”
Citas
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