Marcos Nalli, brasileiro, é Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), é também professor Associado da Universidade Estadual de Londrina, e docente do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Filosofia da UEL, e do Curso de Mestrado em Psicologia, também na UEL. É autor de Foucault e a fenomenologia (São Paulo, Loyola, 2006), e organizador de três livros, Michel Foucault em múltiplas perspectivas (Londrina, EDUEL, 2013 e 2015), Foucault: desdobramentos (Belo Horizonte, Autêntica, 2016), e Diagnósticos do presente (Maringá, EDUEM, 2018) e vários artigos em periódicos especializados e capítulos de livro.
Considerando os textos foucaultianos que versam sobre o tema da relação entre liberdade e governo, principalmente seu curso de 1978/79, La naissance de la biopolitique, parece que a relação entre estes dois termos tem que ser colocada sob outras perspectivas que aquelas concebidas outrora em termos de usurpação e tirania. O ponto em questão para Foucault é o de perguntar por que, como e sob que condições aceitamos de bom grado ser governados; por que somos capazes de nos sujeitar a ser governados, problema geral do projeto de uma história política da governamentalidade, em tempos neoliberais. O que já implica uma ideia embaraçosa de liberdade, de um vínculo íntimo entre liberdade e governo, de exigir para si uma condição autosenhorial ao mesmo tempo que, numa relação paradoxal, se coloca em subjugo. Tentaremos esboçar alguns contrapontos críticos a esta relação, principalmente a partir da noção de sociedade civil e da leitura da revolta iraniana.
Citas
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